
Instituto de Longevidade e seus desdobramentos
Em abril assisti a uma live da webinar em que se discutiria a Longevidade com a participação de um ícone do seguro de Pessoas no Brasil, Nilton Molina, presidente do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, e Denise Maidanchen, Diretora da Quanta Previdência.
Várias análises e pontos de vista coincidem com o trabalho que lancei no ano passado e já publicado, sobre a Quarta Idade, abordando não só o tema longevidade, mas também o aspecto dos idosos, sua representatividade no mundo moderno e nas transformações digitais e também o aspecto da alimentação na vida destas pessoas.
A Mongeral Aegon instituiu e está mantendo um instituto que trata a longevidade com um carinho e uma visão mais moderna e abrangente da vida das pessoas. Para Nilton Molina, a pessoa só se torna idosa quando se torna improdutiva, mas se tiver ainda a sua capacidade intelectual mantida, não pode ser considerado um “velho”, ou idoso.
Outro aspecto bastante discutido foi que a pessoa humana tem que cuidar também, e muito, de seu corpo a partir dos 40 anos, e faço menção deste aspecto que reputo de suma importância no meu artigo supracitado, sugerindo inclusive alguns alimentos que fazem não somente bem à saúde, mas pesam na balança da longevidade.
Molina mostra que brevemente as pessoas no Brasil vão viver mais de 90 anos, e eu acrescento que em 2050 vamos ter mais de três milhões de pessoas com mais de 100 anos no Brasil. Comentou-se ainda sobre um problema que reputo de suma importância: a taxa de natalidade que, em 2050, terá uma linha reta entre a natalidade e a mortalidade. Cada vez mais se estreita a participação da mulher nesta questão, já que ela provê o mundo de menos crianças, e isto a meu ver mereceria um estudo à parte, pois envolve vários fatores.
Molina informou que a criação do Instituto foi uma ideia que ele teve para estudar de uma forma mais ampla os estudos comportamentais e sociais, e procurar oferecer melhores condições de vida aos mais velhos.
Seriam ou já foram criados cursos de requalificação dos idosos no âmbito do Instituto, e Denise destacou muito bem a parte referente ao corporativismo na fase laborativa, podendo dar ajuda e conhecimento na educação financeira, um dos pilares da economia, fazendo com que as pessoas idosas tenham um boa cabeça, realizando uma transformação digital em sua mente, e ajudando sobremaneira na reclassificação profissional.
Numa ampla pesquisa que fiz para escrever o artigo supramencionado, descobri que existem cinco locais no mundo que abrigam as pessoas mais longevas do planeta, e o Japão ganha no tocante à longevidade das mulheres, na cidade de Okinawa, onde viver mais de 100 anos é comum. Enquanto a média mundial é de 10 centenários em cada grupo de 100.000 pessoas, na cidade japonesa essa proporção sobre para 50, por isso é considerado o local onde vivem as mulheres mais longevas do mundo.
Comecei este estudo e a Mongeral, através deste instituto criado por Nilton Molina, pode dar uma reviravolta no estudo comportamental, social e econômico de um idoso.
E vou além, considerando a área que sempre trabalhei, assim como Molina, a de seguros de Pessoas, precisa mudar e muito a sua visão, seus produtos e suas condições, pois hoje, apesar de ser a carteira que mais cresce no mercado de seguros, não coloca na mesa produtos que sejam direcionados aos mais idosos e que, segundo Molina, tenham capacidade intelectual de fazer um discernimento entre os diversos tipos de coberturas na área de proteção do indivíduo. O mundo vive em transformação e ela é constante, então vamos mudar, mas para melhor.
Lúcio Marques - Acadêmico e Diretor Rio da Academia Nacional de seguros e Previdência (ANSP). Membro dos Conselhos Fiscais da CNseg, Fenaseg e Funenseg e do Conselho Editorial da Caderno de Seguros da Funenseg. Secretário do Conselho Consultivo do Clube de Vida em Grupo (CVG-RJ), Membro do Conselho Diretor da Escola e Negócios e Seguros (ENS) e Diretor da LM Assessoria Empresarial Ltda.