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Reflexão e debate no workshop “Empreendedorismo e longevidade”


O jornalista Randolpho de Souza, do Monitor Mercantil, se declarou o mais idoso do encontro. Aos 79 anos, ainda está na ativa, com carteira assinada e plano de saúde empresarial: exceção que justifica a regra.

Para levar a mensagem de que a longevidade é uma causa de todos, o Instituto de Longevidade da Mongeral Aegon reuniu na quinta-feira, dia 15 de agosto, no auditório do Centro Cultural dos Correios, especialistas sobre o tema.


Pilotado pelo diretor do Instituto de Longevidade, Henrique Noya, o evento contou com as participações do diretor geral do Aging 2.0 e da ATIVEN Envelhecimento Ativo, Sergio Duque Estrada, Clarissa Filgueiras, analista do Sebrae, e de Patrícia Braga, empreendedora, que iniciou o seu próprio negócio aos 53 anos.


Segundo Noya o objetivo do Instituto é promover a longevidade com qualidade de vida. “O assunto vem ganhando espaço na mídia e na sociedade. A longevidade é uma conquista social, que impõe desafios e oportunidades, como cuidar da saúde, acessibilidade, e participação, dentre outros. Hoje 25% da população esta com 50 anos, e muito em breve mais da metade da população estará com mais de 50 anos”, afirmou.


“Devemos trabalhar até os 65 anos de idade, mas qual empresa tem plano para isso? E as nossas cidades estão preparadas para esta enorme população de idosos?”, questionou o diretor do Instituto.


Uma das contribuições mais importantes do Instituto Mongeral para análise deste tema foi a criação do Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade, realizado em parceria com a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EAESP). Trata-se de um retrato das atuais condições de 498 cidades brasileiras, no que diz respeito à sua capacidade de atender às necessidades básicas de vida dos adultos e dos mais idosos. Uma nova edição está a caminho informou Noya. 


Clarissa Filgueiras, analista do Sebrae, alertou que muito em breve a nossa pirâmide habitacional será invertida. “As políticas públicas terão que ser repensadas e como o ano que vem haverá eleições municipais, precisamos ficar atentos a isso também. Não basta construir escolas e creches é preciso ter um planejamento para os mais velhos pois seremos um dos países com a maior população idosa do mundo muito em breve”.


Há muitos idosos no empreendedorismo e os negócios nas mãos dos que estão com mais de 60 anos já chegam a 7%, cerca de 2 milhões de pessoas, e o que é mais importante: são eles que empregam. Existe um gap muito grande entre os 50 e 60 anos, e uma dificuldade enorme de aproveitamento devido a dois fatores básicos: escolarização e informatização. “Temos que olhar, dedicar atenção para a capacitação e a inclusão digital e fomentar o empreendedorismo, que é a melhor forma de empoderamento”, argumentou.


Sergio Duque Estrada consultor e diretor da Aging 2.0 e da ATIVEN. A Aging 2.0 nasceu no Vale do Silício para atender a população acima de 60 anos. No Brasil, uma parceria com a USP e a prefeitura de São Paulo, garante as mais diferentes atividades para este público. “São eventos para geração 60 +, desenvolvimento de experiências com startups – aproveitando toda a experiência de governança, liderança e trabalho em equipe que este grupo possui”.


“Temos um time bastante atuante e vamos anunciar no próximo dia 28 de agosto, na Feira Expo Center Norte os três vencedores da 1ª Chamada Tech da Longevidade. Estamos trabalhando também no “Catálogo de Tecnologia da Longevidade” para lançamento este ano. A tecnologia traz escala para qualquer negócio voltado para este nicho populacional, proporcionando redução de custos e inclusão”, afirmou.


Segundo o especialista, o Brasil ainda está engatinhando em matéria de longevidade. “Só agora estamos caindo na real que seremos o 4º país mais idoso do mundo em 2050. O Governo e a iniciativa privada só olham para a geração millennial. Mas o ideal é o MIX destas gerações. Ter tido história empresarial é muito importante nos negócios que estão nascendo. Este é um trunfo dos mais idosos”.


Patrícia Braga empreendedora e fundadora da Navi Delicias, onde vende artesanatos e artigos de culinária em uma bicicleta. Depois de anos a fio atuando como secretária executiva de grandes multinacionais ela ficou desempregada aos 50 anos de idade. Após três anos de “luto” resolveu se reinventar e montar o seu próprio negócio. Não foi fácil mas é preciso estudar, pesquisar, fazer cursos e se atualizar. “São muitos desafios para o empreendedor mas o importante é sentir prazer no que faz e ter saúde. A mudança valeu à pena e é visível a felicidade de Patrícia ao narrar a sua própria história.


Ao final do workshop um debate rico com depoimentos, perguntas e sugestões da plateia, deixou no ar um “gostinho de quero mais”. A programação terminou com uma visita à Exposição “Longevidade: os caminhos para viver mais e melhor”, onde os visitantes podem se ver com alguns anos a mais através de uma câmera fotográfica especial e até mesmo escrever uma “Carta para o futuro” que será entregue ao destinatário pelo Correio na data escolhida para entrega. A exposição é aberta ao público e vale a pena conferir.

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