
Creio que o mercado de seguros de um modo geral, vai ter que mudar. As
vezes mudar pode ser divertido e um sucesso. Mas, frequentemente os
esforços de mudança fracassam, pois as pessoas realmente se
comprometem com a mudança. Entendo ser extremamente difícil, visto
que as pessoas ficam presas a hábitos e a comportamentos antigos,
mesmo que, tempos depois, eles tenham perdido esta utilidade. A
mudança está por toda parte. É preciso que no pós-pandemia as
seguradoras criem ideias de urgência .Nenhuma mudança ocorre sem dor
e ansiedade. A inevitável pergunta aparece. Será que vai dar certo? É
necessário que se crie a necessidade de mudar, motive seus funcionários,
corretores a quererem mudar. A mudança é um processo e não um
destino. Ela nunca tem fim, independentemente do sucesso que ocorra
agora, no próximo mês ou no próximo ano, haverá a possibilidade de que
ocorram outros problemas e que seja necessário uma nova mudança . A
mentalidade das pessoas é complexa, sempre colocam barreiras às
mudanças.
Normalmente, as pessoas dizem frases como esta: “esta mesa é minha” e
o “que eu faço aqui só eu sei fazer”, no momento em que se procura dar
uma nova organização à empresa. É muito difícil mudar hábitos adquiridos
há muitos anos. É difícil vencer a filosofia “não pense, faça”. Com todas as
mudanças que ocorreram e irão ocorrer em razão desta pandemia, o
mercado brasileiro precisa Investir na área de treinamento, precisa mudar
a imagem, a cor, os conceitos para poder crescer. É necessário acabar
com a estagnação. É preciso participar. O mercado de seguros teve uma
época que tinha ótimos técnicos, funcionários, mas nunca houve uma
grande renovação.
As pessoas mudavam de empresas para melhorar o salário. Hoje o
mercado precisa de técnicos de atuários de bons profissionais em áreas
importantes como marketing, informática, técnicos em seguros de vida,
incêndio, automóvel e muitos outros. Insista pois na ideia de mudança,
pensando nos resultados de longo prazo. Invista na área de treinamentos,
parta para um programa de qualidade, qualifique seu funcionário, reduza
seus custos, melhore seu desempenho profissional, crie produtos de fácil
assimilação e custo acessível à população.
Nós precisamos criar o amanhã. Ao olharmos os balanços e verificarmos
as margens de lucro decrescentes, a queda nas vendas, o aumento dos
custos, iremos constatar o óbvio. Estamos em apuros! E o que é pior, você
acaba de ver um novo produto ser lançado pelo concorrente e diz a si
mesmo : “é tão simples, porque não fizemos isso ?” É preciso encontrar a
falha, o nicho, a demanda ainda não atendida. Descubra onde você pode
colocar seus produtos. Precisamos em alguns casos, regionalizar em
outros, segmentar nossos produtos. Precisamos cobrar um preço justo e
deixar de fazer concorrência predatória, pois assim fazendo na formação
não só da poupança estaremos cada vez mais deteriorando o nosso
próprio negocio.
Em 2001 na Conseguro tivemos a oportunidade de discutir sobre seguro
de vida e demais ramos os seguros chamados de Pessoas. Na época uma
coisa ficou clara para todos era necessária uma mudança radical para que
pudéssemos nos igualar aos grandes países produtores desta modalidade
de seguros.
Um ponto de fundamental importância que o mercado perdeu foi a
retirada do incentivo fiscal pelo Ministro Delfim Neto ao não permitir o
desconto dos prêmios pagos em seguros de vida e acidentes pessoais no
Imposto de Renda valores que eram inclusive limitados, mas que
psicologicamente agiam como catalizadores na formação não só da
poupança de longo prazo mas também aumentavam consideravelmente o
imposto recolhido pelo Governo em função do aumento das vendas.
Hoje, com a nossa elevada dívida interna, e com o governo precisando
aumentar a poupança interna, nada mais coerente em voltar com o
incentivo fiscal acima, mormente se levarmos em conta que a previdência
privada é detentora deste benefício. O Governo sabe que as reservas do
mercado hoje somam mais de 1 trilhão e podem ser aumentadas e muito,
com medidas simples e de amplo efeito social, aumentando a poupança
de longo prazo e podendo até troca-las por pedaços da divida interna.
Os produtores de seguros desenvolvem suas atividades de uma forma
cada dia mais crescente, em um contexto de maior competição e
incertezas, em um período econômico caracterizado pela sua
instabilidade. Por outro lado, observa-se uma progressiva obsolência
tecnológica, com as repercussões lógicas nos processos de trabalho.
Acredito que a grande transformação que irá ocorrer no pós-pandemia, o mercado terá que garantir as condições mais favoráveis para a
produtividade e rentabilidade, e assegurar a capacidade de resposta à
demanda no curto prazo. Acredito que o mercado de seguros terá que ter
mais criatividade, produtividade e rentabilidade e assegurar uma resposta
a demanda no curto prazo.
Lucio Antonio Marques-Administrador
Sócio da LM Assessoria Empresarial Ltda
Diretor da ANSP-Academia Nacional de Seguros e Previdencia
Membro do Conselho Fiscal da CNSEG, FENASEG , FUNENSEG,LIDER
DPVAT
Membro do conselho superior da Escola de Negócios e Seguros e do
Conselho Editorial